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Pulgas e Carrapatos

Pulgas

As pulgas são ectoparasitos de aves e mamíferos, principalmente destes últimos. Medem geralmente menos

de 5 milímetros de comprimento e suas partes bucais são adaptadas para cortar a pele e sugar o sangue do

hospedeiro. Não têm asas.

Não causam somente desconforto ao homem e seus animais domésticos, mas também problemas de saúde,

tais como, dermatites alérgicas, transmitem viroses, vermes e doenças causadas por bactérias (peste

bubônica, tularemia e salmonelose).

Apesar das picadas serem raramente sentidas, a irritação causada pelas secreções salivares pode se agravar

em alguns indivíduos. Algumas pessoas sofrem uma reação severa resultante de infecções secundárias ocasionadas

pelo ato de coçar a área irritada. Picadas no tornozelo e pernas podem, em algumas pessoas, causar dor

que pode durar alguns minutos, horas ou dias, dependendo da sensibilidade do indivíduo. Em algumas pessoas

não ocorre qualquer reação. A reação típica da picada é a formação de uma pequena mancha dura, avermelhada

com um ponto em seu centro.

As espécies mais importantes para a saúde pública são: Pulex irritans , que ataca mais o homem, podendo, no

entanto, alimentar-se sobre outros hospedeiros; Xenopsylla cheopis , denominada pulga do rato; Ctenocephalides

felis , conhecida por pulga do gato e Ctenocephalides canis , a pulga do cão. As pulgas mais comuns tanto em

cães como em gatos são C. felis .

Ctenocephalis canis

Ctenocephalis felis

Xenopsylla cheopis

Pulex irritans

Biologia e Comportamento

O ciclo de vida da pulga se divide em 4 estágios (ovo, larva, pupa, adulto). Este ciclo se completa por volta

de 3 a 4 semanas. Dependendo das condições de temperatura e umidade, o ciclo pode ser concluído em apenas

12 a 14 dias ou se estender por 6 meses ou mais.

Ciclo de vida das pulgas

Somente o adulto é hematófago, isto é, alimenta-se de sangue que pode ser de aves ou mamíferos. Algumas

espécies de pulgas dão preferência a uma única espécie de hospedeiro, porém a maioria pode sugar várias

espécies de animais. Por este motivo, as pulgas transmitem doenças ao homem e a outros animais.

Os ovos das pulgas são depositados sobre a pelagem do hospedeiro, porém não aderem nem à pele nem aos

pêlos, de forma que logo caem no ambiente. Portanto, podem ser encontrados em qualquer lugar por onde passe

o animal infestado por pulgas. Os ovos geralmente eclodem de 1 a 6 dias, dependendo da temperatura e umidade.

Durante a vida, a pulga fêmea pode depositar mais de 2000 ovos.

As larvas das pulgas não possuem pernas, são cegas e evitam a luz, por isso se afundam nos pêlos de tapetes

ou abaixo de locais onde os animais ficam. Seu alimento consiste de fezes das pulgas adultas, pele, pêlo, penas e

detritos. Elas não sugam sangue. O estágio de larvas dura de 5 a 11 dias.

As pupas possuem um casulo de seda fabricado pela larva de último estágio onde ficam aderidos pêlos de

animais, poeira e outras sujeiras. Em aproximadamente 5 a 14 dias as pulgas adultas emergem ou permanecem

em repouso dentro do casulo até a detecção de alguma vibração, que pode ser ocasionada pelo movimento de

um animal ou homem e quando um animal deita-se sobre ela. A saída dos casulos pode ser ocasionada também

pelo calor, barulho ou pela presença de dióxido de carbono que significa que uma fonte potencial de alimento

está presente. A pulga totalmente desenvolvida pode ficar no casulo até 180 dias, esperando condições propícias

para sair.

Assim que sai do casulo, a pulga adulta procura um hospedeiro para se alimentar de sangue. As pulgas

adultas se movem e se orientam em direção à luz, portanto ficam na parte superior dos pelos, dos tapetes, da

cama dos animais ou de outras superfícies até serem atraídas por estímulos produzidos por hospedeiros em

potencial como calor do corpo, movimento e dióxido de carbono expelido. As fêmeas adultas não conseguem

depositar ovos sem uma refeição, mas os adultos, tanto machos quanto fêmeas, podem sobreviver vários dias

sem se alimentar.

Às vezes, famílias que viajam por um período razoável de tempo, quando voltam, encontram a residência

infestada por pulgas. Isto ocorre porque a casa fica fechada sem hospedeiros (cães e gatos). Assim que a

família retorna, ela é atacada pelas pulgas que nasceram no período. As pulgas adultas passam a vida sobre o

hospedeiro.

As pulgas adultas possuem facilidade de se movimentar entre os pêlos ou penas do hospedeiro. São excelentes

saltadoras, podendo saltar verticalmente uma altura de aproximadamente 18 cm e horizontalmente 33 cm.

Importante

Coloque sempre uma toalha limpa onde seu animal dorme e lave-a uma vez por semana. Esta é a melhor

forma de prevenir uma infestação de pulgas pois, os ovos que são depositados sobre o hospedeiro caem no

ambiente. Dessa forma os ovos são periodicamente descartados.

Se o piso da casa for de tacos ou tábuas, todos os vãos existentes devem ser calafetados, uma vez que podem

Servir de abrigo para pulgas no ambiente. Deve-se manter a higiene periódica dos animais domésticos e

manutenção de convívio adequado na moradia humana.

Lave periodicamente os tapetes e capachos para evitar novas infestações. As casas devem ser limpas pelo

menos uma vez por semana, com o auxílio de um aspirador de pó. Desta maneira evita-se o acúmulo de poeiras

nos tapetes, tacos e outros ambientes.

Descarte o filtro do aspirador após a limpeza, pois as larvas das pulgas podem eclodir dos ovos coletados pelo

aspirador ou pulgas adultas podem emergir de suas pupas e re-infestar o ambiente.

Pode a grama e faça a limpeza periódica de quintais e jardins para evitar ambientes úmidos e adequados para

o desenvolvimento das larvas. Evite armazenar areia ao redor da residência por períodos longos.

Faça o controle de roedores no terreno da residência, pois estes são hospedeiros de pulgas que transmitem

doenças.

O controle de pulgas é mais eficiente quando são tomadas medidas simultâneas que envolvem limpeza

periódica, tratamento do animal de estimação e controle químico no domicílio e peridomicílio (quintais, canis,

abrigos de animais, etc.).

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Carrapatos

Classe: Arachnida

Subclasse: Acarina

Ordem: Ixodida

Famílias: Ixodidae e Argasidae

Introdução:

  • Não são insetos e sim acaris;

  • Existem cerca de 850 espécies no mundo;

  • São ectoparasitos de répteis, aves, afetando principalmente animais domésticos como cães, gatos, cavalos e

  • outros;

  • São hematófagos obrigatórios (ambos os sexos). Alimentam-se somente nos hospedeiros; Ingerem sangue,

  • linfa, restos de derme, ou secreções sebáceas ao perfurar a pele;

  • Devido a hematofagia são transmissores de agentes patogênicos (vírus, bactérias e protozoários).

Morfologia Externa dos Carrapatos:

  • São os maiores representantes da ordem Acarina ou Acari;

  • Corpo oval ou elíptico, achatado dorsoventralmente, revestido por tegumento coriáceo e distensível (aumento

  • de tamanho);

  • Adultos e ninfas – 4 pares de pernas; – Larvas – 3 pares de pernas.

Fases do Desenvolvimento:

  • Fase de ovo;

  • Fase de larva (hexápoda) – nesta fase, os imaturos que neste caso são chamados de larvas, apresentam

  • apenas três pares de pernas;

  • Fase de ninfa – nesta fase, os imaturos que neste caso são chamados de ninfas, apresentam quatro pares de

  • pernas;

  • Fase de adulta – nesta fase, machos e fêmeas apresentam quatro pares de pernas.

Fases do Ciclo de Vida:

Parasitária – Ocorre no hospedeiro. Caracterizada pelo momento no qual o carrapato está diretamente

associado ao hospedeiro;

Vida livre – Ocorre no ambiente. Caracterizada pelo momento no qual o carrapato encontra-se fora do

organismo hospedeiro, buscando um novo.

Ciclo de Vida:

São observados três tipos:

1º – Ciclo monoxeno – neste caso, é necessário um único hospedeiro.

O carrapato só tem vida livre quando:

  • Fêmea grávida e ovipositando;

  • Larva a procura de hospedeiro.

2º – Ciclo heteroxeno com dois hospedeiros – são necessários dois hospedeiros para completar o ciclo biológico.

O carrapato só tem vida livre quando:

  • Fêmea grávida e ovipositando;

  • Larva a procura do hospedeiro – Adulto a procura de hospedeiro.

3º – Ciclo heteroxeno com três hospedeiros – são necessários três hospedeiros para completar o ciclo biológico.

O carrapato só tem vida livre quando:

  • Larva a procura do hospedeiro;

  • Ninfa a procura de hospedeiro;

  • Adulto a procura um novo hospedeiro.

Fatores de Resistência:

  • Pode ocorrer dispersão eólica;

  • Podem se enterrar até 10 cm dentro da terra;

  • Podem se dispersar pela água;

  • Beneficia-se de pastagens altas para se abrigar;

  • Podem permanecer bom tempo sem respirar;

  • Podem também ficar muito tempo sem se alimentar e bom tempo sem ingerir água;

  • Adaptam-se aos hospedeiros.

Curiosidades:

  • As diferentes fases do ciclo de vida podem sobreviver por várias semanas sem se alimentar;

  • Postura da fêmea pode durar 29 dias;

  • Fêmeas podem escalar até 4 m para fazer sua postura;

  • Postura: 4000 a 5000 ovos.

Família Ixodidae (carrapatos duros):

Apresentam escudo dorsal rígido que cobre toda a face dorsal do macho adulto;

Machos geralmente menores que as fêmeas;

Dimorfismo sexual (morfologia do escudo).

CICLO EVOLUTIVO DOS CARRAPATOS DA FAMÍLIA IXODIDAE:

Descrição do ciclo evolutivo

  • O acasalamento ocorre no hospedeiro;

  • A fêmea grávida se alimenta de sangue até o ingurgitamento total, que propicia sua queda ao solo, enquanto

  • que o macho permanece no hospedeiro à procura de novas fêmeas;

  • A partir da queda desta fêmea, inicia-se a fase de vida livre;

  • Nesta fase, a fêmea ingurgitada inicia a atividade de oviposição, após a postura as fêmeas morrem;

  • Após alguns dias, as larvas eclodem e ao encontrar um hospedeiro, se desenvolvem, passando por uma fase

  • ninfal e conseqüente fase adulta.

IMPORTÂNCIA DOS CARRAPATOS DA FAMÍLIA IXODIDAE :

  • Proporcionar grande perda de sangue do hospedeiro podendo causar grave anemia;

  • Causar lesões e danos na pele do hospedeiro;

  • Reduzir a taxa de desenvolvimento ponderal (peso em função da altura) do hospedeiro;

  • Proporcionar reações alérgicas e, em alguns casos, levar o hospedeiro à paralisia devido à inoculação de

  • toxinas e neurotoxinas presentes na saliva;

  • Transmitir diversos patógenos (vírus, bactérias, protozoários, helmintos, etc.).

Principais Espécies:

Rhipicephalus sanguineus (carrapato vermelho do cão)

É um ectoparasito amplamente difundido em todo o mundo, sendo a espécie de carrapato de maior distribuição

mundial (DANTAS-TORRES, 2008c; WALKER; KEIRANS; HORAK, 2000). Sua ampla distribuição geográfica tem

sido facilitada pelo transporte do seu principal hospedeiro, o cão doméstico. Porém, embora esteja primariamente

associado ao cão, esse carrapato pode ser encontrado sobre uma grande diversidade de animais silvestres e

domésticos (SZABÓ et al., 2008; WALKER; KEIRANS; HORAK, 2000), incluindo o homem (DANTAS-TORRES;

FIGUEREDO; BRANDÃO-FILHO, 2006; ESTRADA-PEÑA; JONGEJAN, 1999; LOULY et al., 2006). O carrapato

vermelho do cão está entre os principais vetores de patógenos que acometem os cães (DANTAS-TORRES,

2008a, 2008c; WALKER; KEIRANS; HORAK, 2000).

Biologia e Ecologia:

Rhipicephalus sanguineus é um carrapato de três hospedeiros. Isso significa dizer que cada estágio ativo de

desenvolvimento (larva, ninfa e adulto) se alimenta apenas uma vez e a muda (ou ecdise) ocorre no ambiente

(DANTASTORRES, 2008c).

Fêmeas adultas se alimentam por cinco a 21 dias (KOSHY; RAJAVELU; LALITHA, 1983; PEGRAM et al.,

1987; PETROVA-PIONTKOVSKAYA, 1947; SRIVASTAVA; VARMA, 1964). Uma vez ingurgitadas, elas se

desprendem do hospedeiro para realizar a digestão sanguínea, maturação e postura dos ovos. A postura é

precedida por um período de pré-postura que varia de três a 14 dias (JITTAPALAPONG et al., 2000; KOCH,

1982a; PEGRAM et al., 1987; SWEATMAN, 1967). A duração media da postura é de 16 a 18 dias

(KOCH, 1982a; PETROVAPIONTKOVSKAYA, 1947). Fêmeas de Rh. sanguineus põem em media 4.000 ovos, mas

podem pôr tanto quanto 7.273 ovos (KOCH, 1982a). A temperatura ótima para postura de Rh. sanguineus se

situa entre 20 e 30°C (SWEATMAN, 1967). Após a postura dos ovos, a fêmea sucumbe. Ovos são depositados

em locais estratégicos, como frestas e buracos, normalmente acima do nível do solo. O período de incubação

dos ovos varia entre seis e 23 dias (JITTAPALAPONG et al., 2000; KOCH, 1982a; PEGRAM et al., 1987;

PETROVAPIONTKOVSKAYA, 1947). Após incubação, pequenas larvas eclodem e, após o enrijecimento

da cutícula, passam imediatamente a procurar um hospedeiro para realização do repasto sanguíneo. Larvas

recém-eclodidas são pequenas (comprimento, 0,54 mm; largura, 0,39 mm) e possuem apenas três pares de pernas.

Larvas se alimentam por três a 10 dias, antes de se desprenderem do hospedeiro e mudarem para ninfas

(KOSHY; RAJAVELU; LALITHA, 1983; PEGRAM et al., 1987; PETROVA-PIONTKOVSKAYA, 1947). O período de

muda de larva para ninfa varia de cinco a 15 dias (PEGRAM et al., 1987; PETROVA-PIONTKOVSKAYA, 1947).

Diferentemente das larvas, as ninfas possuem quatro pares de pernas e se assemelham aos adultos exceto

por serem menores (comprimento, de 1,14 a 1,3 mm; largura, de 0,57 a 0,66 mm) e sexualmente imaturas, isto

é, não apresentam abertura genital. As ninfas se alimentam por três a 11 dias e então se desprendem do

hospedeiro (KOSHY; RAJAVELU; LALITHA, 1983; PEGRAM et al., 1987; PETROVA-PIONTKOVSKAYA, 1947). O

período de muda de ninfa para adulto varia de nove a 47 dias (PEGRAM et al., 1987; PETROVA-

PIONTKOVSKAYA, 1947). Machos adultos são alongados (comprimento, 2,28–3,18 mm; largura 1,11–

1,68 mm), marrom-avermelhados, com pequenas pontuações espalhadas ao longo escudo dorsal. Antes do

ingurgitamento, fêmeas adultas se assemelham aos machos em tamanho (comprimento 2,4–2,7 mm; largura

1,44–1,68 mm), forma e cor. Após o repasto sanguíneo, as fêmeas podem aumentar para 11,5 mm por 7,5

mm e a porção mais larga do corpo se torna verde oliva (COOLEY, 1946; DANTASTORRES, 2008c). Em

condições favoráveis de temperatura e umidade, o ciclo biológico do Rh. sanguineus se completa em

aproximadamente 63–91 dias (BECHARA et al., 1995; GODDARD, 1987; LOULY et al., 2007).

É notória a capacidade de sobrevivência do Rh. sanguineus . Larvas de Rh. sanguineus não alimentadas podem

sobreviver por até oito meses sem se alimentar, ao passo que ninfas e adultos podem sobreviver por

seis e 19 meses, respectivamente (GODDARD, 1987). Sob condições de laboratório, os parâmetros biológicos

(por exemplo, postura dos ovos e períodos de muda) do Rh. sanguineus variam de acordo com a temperatura,

umidade relativa e tipo de hospedeiro (cão, hamster, coelho, etc.) (BELLATO; DAEMON, 1997). A sobrevivência

máxima de ninfas ocorre sob 20°C e 85% de umidade relativa. Carrapatos adultos não alimentados são mais

resistentes que ninfas não alimentadas a condições dissecantes, isto é, 35°C e 35% de umidade relativa (KOCH;

TUCK, 1986). Foi recentemente demonstrado que Rh. sanguineus é menos dependente de ambientes ricos em

umidade (YODER et al., 2006), o que facilita seu estabelecimento em regiões áridas.

Sob condições naturais, os períodos de ingurgitamento e muda podem variar entre populações e são

diretamente influenciados por fatores como temperatura e disponibilidade de hospedeiro. Aparentemente

existe uma forte relação entre a temperatura e o tamanho da população de Rh. sanguineus (MUMCUOGLU et al.,

1993). Um estudo recente demonstrou que a temperatura parece interferir na especificidade de hospedeiro

do Rh. sanguineus , aumentando a probabilidade de esse carrapato se alimentar em seres humanos (PAROLA et al.,

2008). A duração do ciclo de vida do Rh. sanguineus pode variar de país para país e de região para região.

Estudos de campo demonstram que o carrapato vermelho do cão pode completar duas (ou mais) gerações por ano

(CRUZ-VAZQUEZ; GARCIAVAZQUEZ, 1990; KOCH, 1982b; USPENSKY; IOFFE-USPENSKY, 2002). No Brasil,

onde as condições ambientais são bastante favoráveis, Rh. sanguineus pode completar até quatro gerações

por ano (DANTAS-TORRES; FIGUEREDO, 2006; LOULY et al., 2007).

Ixodídeos, particularmente carrapatos de três hospedeiros, passam 94– 97% de sua vida no ambiente

(NEEDHAM; TEEL, 1991), onde estão sob a influência de muitos fatores, como a estrutura do habitat e clima

(RANDOLPH, 2004). A maioria dos ixodídeos exibe um comportamento exofílico. Em contraste, Rh.

sanguineus é normalmente endofílico, permanecendo a maior parte do tempo no ambiente intradomiciliar

(DANTAS-TORRES, 2008c). Outra característica marcante desse carrapato é o seu forte geotropismo

negativo. Em casas onde habitam cães infestados pelo Rh. sanguineus , é comum observar carrapatos

caminhando sobre as paredes e móveis (DANTAS-TORRES; FIGUEREDO; BRANDÃO-FILHO, 2006; DEMMA

et al., 2005; PAROLA et al., 2008).

Da esquerda para a direita: macho, fêmea e fêmea ingurgitada de Rhipicephalus sanguineus

Amblyomma cajennense (carrapato estrela)

É um carrapato de três hospedeiros. O A. cajennense , popularmente conhecido em diversas regiões do país

por “carrapato estrela” ou “rodoleiro” na sua fase adulta, “vermelhinho” na fase de ninfas, por “micuim”

na fase de larvas e por “carrapatinho” tanto na fase de larva quanto de ninfa, é encontrado com freqüência

infestando os eqüídeos, hospedeiros preferenciais deste carrapato. Entretanto, devido à sua baixa

especificidade parasitária por hospedeiros, principalmente dos estádios imaturos, poderá infestar outros

mamíferos como bovídeos, cervídeos, canídeos domésticos e silvestres, além de aves e do próprio

homem. Populações de A. cajennense podem sobreviver em áreas onde não existam eqüídeos,

parasitando várias espécies de animais silvestres, principalmente áreas de pastagens “sujas” ou de cobertura

vegetal mais densa, as quais estes hospedeiros silvestres freqüentam com mais assiduidade.

Esta espécie de carrapato é importante como transmissora da Rickettsia rickettsii , agente etiológico da febre

maculosa, a qual é transmitida por via transovariana à sua progênie, o que o torna simultaneamente vetor e

reservatório do agente da doença (Lane & Crosskey, 1993, Lemos et al., 1997a,b).

Rhipicephalus Boophilus microplus (carrapato do boi)

O carrapato Rhipicephalus Boophilus microplus é um ixodídeo responsável por grandes perdas econômicas para a

pecuária de regiões tropicais e subtropicais. Este carrapato é um ectoparasita hematófago originário da

Ásia, cujo principal hospedeiro é o bovino. Sua incidência é maior em grandes rebanhos da América, África,

Ásia e Austrália, sendo considerado o carrapato de maior impacto em perda econômica nos rebanhos da

América do Sul (Gonzales, 1995; Nari, 1995).

Família Argasidae (carrapatos moles):

  • Não possuem escudo;

  • Nesta família estão principalmente os carrapatos das aves;

  • Os machos e fêmeas possuem tamanhos semelhantes;

  • O dimorfismo sexual é pouco evidente.

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