Principais espécies:
Dermanyssus gallinae;
Dermanyssus avium;
Ornithonyssus sylviarum;
Ornithonyssus bursa.
Dermanyssus gallinae:
Esses ácaros são ectoparasitas hematófagos temporários de aves domésticas e selvagens, mas também
podem se alimentar de outras espécies, incluindo a humana, sendo encontrados nos hospedeiros
apenas quando estão se alimentando, o que ocorre à noite. O restante de seu ciclo biológico é realizado
fora do hospedeiro, colonizando ninhos, frestas e ranhuras, que se tornam seu esconderijo.
Os ácaros possuem cinco fases evolutivas: ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto, sendo as três últimas
hematófagas. Um ácaro adulto fêmea (maior que o macho) pode medir até 1 mm em comprimento e sua
coloração varia de acinzentado para vermelho escuro após ingestão de sangue.
Entre as aves, esses ácaros podem causar prurido, erupções cutâneas, danos na plumagem, anemia e alterações
comportamentais. Além disso, podem servir de vetores para inúmeras infecções, como encefalite viral,
salmonelose, doença de Newcastle, febre tifoide aviária e varicela aviária. Já foram relatados eritema e prurido
intenso em gatos.
Em humanos, os sintomas são cutâneos, não havendo relato de transmissão de doenças infecciosas ou quadros
graves. As lesões são maculopapulares, eritematosas e bastante pruriginosas, podendo acometer qualquer
região do corpo e ser confundidas com a pediculose e a escabiose. Essa semelhança e a falta de conhecimento
sobre a enfermidade são responsáveis pela ausência do diagnóstico da doença, dificultando uma avaliação da
prevalência atual no país. A dermatite é autolimitada e regride espontaneamente, mas pode ser feito um
tratamento sintomático de prurigo agudo (corticoides tópicos e anti-histamínicos). A prevenção de novos casos
se faz com a retirada dos ninhos de pombos (no caso de área urbana) e limpeza e desinfestação da área
acometida com acaricida.
Dermanyssus gallinae
Dermanyssus avium
Ornithonyssus sylviarum:
Também denominado ácaro do norte ou ácaro da pena, característico de todas as regiões temperadas do mundo
representando uma séria praga para a avicultura de postura (LANCASTER; MEISH, 1986).
As populações de O. sylviarum crescem rapidamente e uma geração pode ser completada em cinco a sete dias,
podendo viver além de seis semanas na ausência de seus hospedeiros. Permanece no hospedeiro durante todo
seu ciclo de vida, formando colônias no ventre e ao redor da cloaca da ave. As penas desta região ficam
escurecidas conferindo às aves um aspecto de sujo. Quando as aves apresentam um grau de infestação muito
elevado, o ácaro é encontrado também nas fezes, nos ovos produzidos e infestando, podendo infestar pessoas,
causando irritação, alergias e dermatites.
As aves infestadas apresentam-se estressadas, com perda de peso, queda de produção de ovos, debilidade
podendo ser acometidas por doenças secundarias, anemia em vários graus, chegando às vezes até a morte
(MATTHYSSE et al. 1974; DE VANEY, 1978; LANCASTER JR; MEISH.,1986; GUIMARÃES et al., 2001)
Ornithonyssus sylviarum
Ornithonyssus bursa (ácaro tropical da galinha ou piolho de galinha):
As aves são hospedeiras de uma rica diversidade de ácaros que infestam penas, pele, vias respiratórias e
ninhos. A acarofauna encontrada nos ninhos das aves pode apresentar desde ácaros hematófagos até aqueles
que se alimentam de detritos associados ao material dos ninhos. Entre as aves, as espécies hematófagas
podem ser vetores de patógenos, como vírus, rickettsias e bactérias (PROCTOR; OWENS, 2000; PROCTOR, 2003).
A espécie distribui-se pelas regiões tropicais e subtropicais como parasito de aves domésticas e silvestres. Esse
ácaro causa irritação e anemia nas aves, podendo determinar a morte de pintos e até mesmo de aves
adultas. Em grandes infestações, as galinhas em choco podem abandonar os ninhos (FLECHTMANN, 1985;
GUIMARÃES et al., 2001). No Brasil, não existem dados sobre os efeitos de O. bursa em aves silvestres. Em
outros países, o impacto do parasitismo por esse ácaro não tem afetado significativamente as aves.
Ornithonyssus bursa